PÂNICO : “Meu Deus! Estou tendo um ataque cardíaco!”

“Ataques de pânico derivam de interpretações catastróficas erradas de certas
condições corporais” (Clarck, 1986).
A pessoa com predisposição a crises de pânico interpreta qualquer estímulo externo
(p.ex. uma mudança brusca da luminosidade, um ruído, um telefonema) ou um
estímulo interno (p.ex. sensação de taquicardia, vertigem ou náusea) como um perigo
ou ameaça. Essa interpretação faz com que o sistema simpático seja ativado e em
decorrência disso, surgem certas sensações corporais que “confirmam o perigo”. Essas
sensações geram mais ansiedade ainda, formando uma espiral crescente e rápida. A
pessoa, então passa a sentir “medo de ter medo” das sensações corporais. Isso
significa que, quanto mais a pessoa teme e se preocupa com as suas sensações
corporais, mais propensa está a desencadear uma crise de pânico.
As sensações corporais desencadeadas pelo sistema simpático são uma reação
primitiva de luta e fuga, necessária para a sobrevivência do organismo em situações de
perigo. Essa reação era importantíssima para o homem primitivo quando ele vivia
exposto aos perigos das cavernas. O suor de seu corpo, por exemplo, permitia que ele
“escorregasse” das mãos do predador. Atualmente, porém, os perigos aos quais o
homem esta exposto não são mais os perigos reais das cavernas, mas sim, perigos
subjetivos, como o medo do desemprego, da violência urbana, as pressões no
ambiente de trabalho. Embora o perigo não seja real, o mecanismo de defesa do corpo
é acionado como se assim fosse, e o homem sente as mesmas sensações físicas como
se estivesse realmente diante de um leão.
Modelo Cognitivo
O Modelo Cognitivo da Terapia Cognitivo-Comportamental nos mostra que
pensamentos geram sentimentos que, por sua vez, geram comportamentos. Se diante
de uma sensação de taquicardia, por exemplo, a pessoa pensa: “Ah, meu Deus, acho
que estou tendo um ataque cardíaco”. Este é o tipo de pensamento é o que chamamos
de “Pensamento Automático” porque ele surge inesperadamente em nossa mente e é
carregado de emoção. Então, esse pensamento vai gerar um medo na pessoa, e esse
medo vai fazer com que ela faça alguma coisa: correr, chamar alguém, ficar agitada,
chorar, etc.
Uma vez que a pessoa compreende que pensamentos geram sentimentos que geram
comportamentos, ela pode começar a fazer “Reestruturação Cognitiva”, que significa
encontrar pensamentos alternativos mais realísticos para lidar com o pensamento
automático. Se a pessoa conseguir mudar o pensamento para, por exemplo: “acho que
isso é uma crise de pânico, que embora seja angustiante, não mata e vai passar daqui
a pouco”, ela então, vai mudar o sentimento de medo para esperança e confiança.
Com isso, vai baixar sua ansiedade, o que contribui para que a crise passe mais
rapidamente.
Graça Oliveira – Psicóloga Clínica – Abordagem Cognitivo-Comportamental
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